Procuradora Geral da Republica quer que Manuel Chang seja julgado em Moçambique.
Procuradora Geral da Republica quer que Manuel Chang
seja julgado em Moçambique.
Na primeira vez que se pronuncia sobre a detenção na
RAS do antigo Ministro das Finanças, Manuel Chang, a Procuradoria-Geral da
República manifesta a intenção de o deputado da Frelimo ser julgado em
Moçambique.
Eis a passagem relevante, num documento não assinado,
divulgado esta tarde: “Considerando que no processo que corre na jurisdição
americana são acusados cidadãos moçambicanos, e havendo um processo-crime a
correr termos sobre os mesmos factos na nossa jurisdição, a PGR está a encetar
diligências junto das autoridades competentes da República da África do Sul e
dos Estados Unidos da América para acautelar interesses do Estado moçambicano,
no que concerne à responsabilização dos infractores no território moçambicano e
recuperação de activos. Cientes de que os factos ocorreram em diversas
jurisdições estrangeiras, a PGR continua a contar com a colaboração das
instituições de justiça nos países em causa, com vista a responsabilização dos
infractores”.
Taxativamente, isto significa que a PGR está a pedir
que Chang seja devolvido a Moçambique, para ser julgado no país. A PGR lamenta
também uma alegada falta de cooperação da justiça americana relativamente à
investigação do processo das dívidas ocultas, nomeadamente a não resposta às
cartas rogatórias enviadas com pedidos de informação.
“A PGR emitiu no dia 30 de Março de 2017, uma carta
rogatória, seguida de diversos aditamentos, o último dos quais, a 14 de Março
de 2018, solicitando informações, com destaque para as referentes aos
movimentos bancários, contendo a identificação de transferência de valores
provenientes de empresas fornecedoras de bens e serviços, sedeadas nos Emiratos
Árabes Unidos e outros países, a favor de indivíduos suspeitos, incluindo os
constantes da acusação proferida pelo United States District Court for Eastern
District of New York”, refere, acrescentando que não obteve resposta.
O mesmo sucedeu com cartas rogatórias e aditamentos
enviados aos Emirados Árabes Unidos, as quais não foram respondidas, numa clara
demonstração de que ninguém respeita as autoridades judiciais moçambicanas.
(Carta)
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