Estimasse que 10 milhões de pessoas ainda não sabem que têm o vírus HIV.
Estimasse que 10 milhões de pessoas
ainda não sabem que têm o vírus HIV.
Relatório da UNAids, programa da
ONU de combate ao HIV, mostra que preconceito é barreira para teste; cerca de
75% tem consciência da doença
SAÚDE
Teste de HIV é fundamental para
tratamento precoce e prevenção da transmissão
Arquivo/Agência Brasil
Cerca de 9,4 milhões de pessoas
ainda não sabem que foram contaminadas pelo HIV, de acordo com relatório da
UNAids, programa da ONU dedicado ao combate do HIV, divulgado esta semana. Isso
representa apenas 25% dos soropositivos. A maioria tem consciência de que tem a
doença.
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Estima-se que haja 36,9 milhões
de pessoas vivendo com HIV no mundo todo. No ano passado, foram registradas 940
mil mortes por doenças relacionadas à Aids.
Intitulado de “Conhecimento é
poder”, o relatório mostra que o número de pessoas que vivem com HIV com carga
viral suprimida subiu cerca de 10 pontos percentuais nos últimos três anos,
chegando a 47% no ano passado.
A UNAids destaca que, para se
manter saudável e prevenir a transmissão da doença, o vírus precisa ser
suprimido para níveis indetectáveis ou muito baixos por meio de terapia
antirretroviral continuada. Ainda de acordo com o programa, para monitorar a
carga viral de forma eficaz, as pessoas que vivem com HIV precisam ter acesso
ao teste de carga viral a cada 12 meses.
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“O teste de carga viral é o
‘padrão ouro’ do monitoramento do tratamento do HIV. Ele mostra que o
tratamento está funcionando, mantendo as pessoas vivas e bem e mantendo o vírus
firmemente sob controle”, afirmou Michel Sidibé, diretor-executivo da UNAids,
por meio de comunicado.
Segundo o relatório, em alguns
locais do mundo, fazer um teste de carga viral é fácil e totalmente integrado
ao tratamento do HIV. Já outros contam com apenas uma máquina de carga viral
para todo o país.
Teste é essencial em crianças
O teste de carga viral é
fundamental, principalmente, para recém-nascidos, pois o HIV avança mais rápido
em crianças. A UNAids informa que o pico de mortalidade para crianças que
nascem com HIV é de 2 a 3 meses de vida.
O programa da ONU ressalta que o
teste de diagnóstico rápido padrão é ineficaz até os 18 meses de idade. O único
teste de HIV válido para uma criança pequena é o teste virológico, que precisa
ser realizado entre quatro e seis semanas de vida. Mas, no ano passado, apenas
metade (52%) das crianças expostas ao HIV em países com altas taxas de infecção
pelo vírus recebeu um teste nos primeiros dois meses de vida.
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“Estão sendo feitos avanços
importantes. Novas tecnologias de testagem em postos de atendimento, que
acontecem em um ambiente mais próximo das pessoas, mostraram que o tempo
necessário para receber os resultados dos testes das crianças diminuiu de meses
para minutos, o que está salvando vidas”, afirmou a UNAids, por meio de
comunicado.
Preconceito é barreira para o
teste
O preconceito é uma das maiores
barreiras para o teste de HIV, segundo o relatório. Estudos entre mulheres,
homens, jovens e populações-chave demonstraram que o medo de ser visto em
serviços de HIV e de que esta informação seja compartilhada com familiares,
amigos, parceiros sexuais ou comunidade em geral, estava impedindo o acesso a
esses serviços, incluindo o teste.
Segundo o relatório, para as
chamadas “populações-chave”, que são os profissionais do sexo, pessoas que usam
drogas injetáveis, pessoas trans, pessoas privadas de liberdade, homossexuais e
outros homens que fazem sexo com homens, essas barreiras afetam o acesso aos
serviços de forma mais intensa.
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